Saudade herdada
- Lucianne Moreira

- há 53 minutos
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Minha Família *
Eu me lembro, Delourdes,
nós pequenas em Pedra Branca, onde nós nascemos.
Nossas vidas corriam tão serenas,
quando amar a familia aprendemos.
Lembro o papai, a mamãe tão caprichosos,
tão preocupados em nos ensinar.
Eles sempre de nós cuidadosos,
pra nos instruir, nos educar.
Entao, veio o Carlos, o Zé e a Madá.
Como era tranquila nossa vida.
Que saudade doida que me dá.
Daquela quadra feliz e tão amena...
Depois veio a Marília tão querida
e para completar veio a Lelena.
Anna Izabel Caldas Arnaut
* Essa poesia foi escrita pela Tia Anna, a filha mais velha do Vovô Theophilo e da Vovó Nita.
Saudade Herdada
para minha mãe Marília e os que compartilharam com ela raízes, risos e silêncios
Não estive naqueles dias em Pedra Branca ou Cristina,
nas tardes serenas que o tempo guardou,mas ouço os ecos
como quem escuta o vento contando histórias.
Não vi a vovó Nita penteando cabelos,
nem o vovô Theophilo com olhar atento,
mas recebo, sem falha,o zelo, o exemplo, o ensinamento.
Não brinquei com a tia Delourdes, tia Madá ou tia Lelena,
nem dividi o pão com o tio Zé ou o tio Carlos,
mas sinto em mim a ternura que eles deixaram no mundo.
Não vivi com a Marília menina,minha doce mãe,
que me ensinou o valor das raízes.
Foi nela que a saudade virou presença,
foi por ela que a herança ganhou forma e coração.
Carrego uma saudade que não vivi,
mas que pulsa em mim como se fosse lembrança.
É memória que me escolheu e me ensinou a ser quem sou.
Hoje, abraço essa saudade com ternura e devoção.
Sou feita do que não vi,
sou fruto das histórias que me formaram,
sou grata pelo amor que me antecedeu.
Família é quem nos habita em silêncio,
quem nos empurra do passado com mãos invisíveis
cheias de afeto, raiz e um laço eterno com o que é essencial.
Lú Moreira




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